Conselho da FEB aprova a alienação dos imóveis do Museu Espírita de São Paulo

Assembleia virtual desta 2ª feira, 15 de novembro, com apenas um voto contrário dentre os quase 60 votantes (alguns por procuração) decidiu pela aprovação da venda dos prédios. Perri, com apoio do CCDPE, tentou evitar a decisão, mas foi ignorado.

O prédio principal do Museu, fechado há alguns anos, está no coração do conhecido bairro paulistano da Lapa.

A situação estava decidida antes da assembleia ser instalada: os atuais dirigentes da FEB se haviam determinado a vender alguns imóveis recebidos em doação pela entidade a fim de fazer frente à sua situação econômico-financeira e a assembleia convocada para deliberar sobre o assunto foi mera formalidade. Prova disso é que o Edital de convocação, para cumprir a lei, trazia apenas a informação geral de discussão e aprovação de alienação de alguns imóveis, sem especificá-los. A indicação desses imóveis só foi veiculada dois ou três dias antes, com um adendo ao edital, quando se tomou conhecimento de que os prédios doados, junto com o acervo, pelo Museu Espírita de São Paulo eram os mais destacados entre eles.

Durante a assembleia tomou-se conhecimento, também, de que já há tratativas ou perspectiva de negociação dos imóveis com uma construtora interessada em levantar no local um prédio. Como se sabe, trata-se de um endereço cobiçado pelo meio imobiliário da capital paulista, localizado no coração do conhecido bairro da Lapa.

É preciso registrar que às vésperas da assembleia, quando se tomou conhecimento da disposição de alienar os prédios, formou-se um tímido movimento para tentar evitar que a alienação se concretizasse. O CCDPE – Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, do qual Cesar Perri faz parte, esboçou uma proposta para receber todo o acervo do Museu, proposta esta que sequer foi discutida na assembleia, havendo contra ela uma manifestação isolada por parte do febiano declarado, Oceano Vieira de Melo.

O destino do Museu Espírita de São Paulo está definido: caminha-se para sua extinção, uma vez que de fato está fechado há alguns anos. Seu acervo deverá ser transferido para a sede de Brasília e lá sepultado em um mausoléu qualquer; é o que preveem algumas fontes internas da FEB.

Este mesmo procedimento seria adotado com o Acervo Canuto de Abreu, caso sua doação à FEB tivesse sido concretizada, principalmente porque contém documentos de Kardec perturbadores da paz da velha instituição da Avenida Passos, os quais, como outros, não tem ela nenhuma intenção de manter abertos e acessíveis.

Resta, parece, apenas chorar pelo leite derramado, como de tantas e tantas outras ocasiões nas quais o movimento espírita hegemônico manteve-se em escabroso silêncio – leia-se a própria FEB e as federativas estaduais – estas que sequer se manifestaram, confirmando seu triste destino de serviçais da FEB, onde algumas pessoas físicas detêm o verdadeiro poder sobre todas as demais federativas quando se trata de definir o destino da FEB e do próprio movimento espírita oficial brasileiro.

Pax et bonum.

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