Zé Arigó chega aos cinemas

Estava eu em um taxi na avenida Prestes Maia, na altura do Mercado Central de São Paulo, quando, subitamente, o rádio do carro faz uma pausa na música e anuncia o falecimento do médium mineiro Zé Arigó, vítima de um acidente automobilístico próximo de Congonhas do Campo, onde nasceu e residia. A surpresa, o susto ficaram gravados na memória. Recém-espírita, ouvia pelos corredores da Federação conversas sobre as curas mediúnicas do médium, mas não possuía ainda noção clara dos fenômenos de que era ele protagonista.

A notícia correu rápida e logo todo o país tomava contato do ocorrido As histórias se multiplicaram, do fantástico ao milagre, da aceitação e da condenação, da acusação à suspeita. A compreensão da mediunidade de cura, desafio dos pesquisadores e estudiosos, surgia trêmula num cenário de suspeitas e deslumbramento. O tempo passou em sua duração permanente, mudando cenários, mas não a realidade em relação à cura mediúnica de que Zé Arigó é o maior expoente ainda hoje, depois de 49 anos de seu desaparecimento físico.

A notícia de que Arigó estará nos cinemas em junho próximo está no ar, juntamente com um trailer de pouco mais de dois minutos – ver aqui. O primeiro a filmá-lo, com autorização dos espíritos e do médium, foi Jorge Rizzini, em Super-8, tecnologia de ponta preferida pelos amadores de então, como Rizzini. Este levou o filme, nu e cru, conforme a filmagem, a vários países, divulgando as atividades de Arigó e buscando despertar pesquisadores para além da simples curiosidade.

O release sobre o lançamento do filme, que iniciou a filmagem há dois anos, destaca a vida e a mediunidade de Arigó, prometendo apresentá-la desde a infância até o desencarne em janeiro de 1971, passando pelos principais eventos de uma vida de cerca de 50 anos, os últimos 20 deles, fazendo curas e desafiando o status quo. É preciso esperar para aquilatar da fidelidade e veracidade dos fatos, já que a qualidade fílmica e o elenco de atores já deixam positiva expectativa. Alguns dos atores são conhecidos por sua declarada aceitação do Espiritismo, mas o cinema, como imagem e arte do real, tem suas próprias leis. Pode-se fazer arte sem fugir da verdade e sem feri-la de morte, é certo, entretanto, nem sempre é a verdade que importa, mas a versão. Vamos aguardar.

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