Diante de fatos condenáveis relatados na imprensa, envolvendo médiuns, muitos perguntam por que os bons espíritos permitem que tais coisas ocorram e alguns vão além e questionam se esses bons espíritos, inclusive os mentores, participam dessa trama horrível.
Estudos sobre a mediunidade, desde Kardec, não só desvelam o quadro da sua integração com a natureza, mas, também, o desafio colocado ao ser humano ao lidar com o fenômeno mediúnico.
Ninguém pode fugir da realidade mediúnica que existe na natureza humana. A mediunidade está no ser terreno assim como estão os sentidos físicos e, como estes, aperfeiçoa-se ao longo da experiência milenar da civilização. Os sentidos físicos ligam o corpo material à terra e a mediunidade coloca a alma na relação comunicativa com os espíritos, relação permanente e cotidiana, mas ainda incompreendida pela maioria.
Quando a mediunidade assume a condição de mediunato, como interpretou Herculano Pires, ela se constitui ferramenta de experiência específica, dando ao seu portador condições para subir um degrau acima na escada de Jacó em que todos seres humanos se encontram. Trata-se de um compromisso reencarnatório para trabalhar em prol do bem de todos. Quem assim renasce logo será denominado médium, diferenciando-se dos demais seres humanos não por possuir poderes especiais e privilégios, mas por conta de um compromisso livremente assumido e válido para a vida atual.
A diferença entre os médiuns e os demais seres humanos está em que estes também possuem mediunidade, mas em grau diferente, suficiente, apenas, para a relação com os seres invisíveis, os espíritos ditos desencarnados, no nível de uma comunicação pelo pensamento. Explicando: há um diálogo permanente entre encarnados e desencarnados, com trocas de ideias, sugestões, solicitações, conselhos, etc., assim como ocorre com os encarnados entre si. A diferença está no fato dos encarnados, (mais…)