Dia: 10 de dezembro de 2018

A Gênese, por Cosme Massi, e a pesquisa de Simoni Privato

 

Por Antonio Leite, NYC

 

Quando pela primeira vez ouvi a entrevista de Cosme Massi sobre a polêmica 5ª edição de A Gênese, de Allan Kardec – no momento em que escrevo estas linhas já a ouvi múltiplas vezes – duas coisas me intrigaram sobremaneira. Eu havia à época concluído a segunda leitura da obra da Simoni Privato Goidanich, “O Legado de Allan Kardec”. Não consegui aguardar a edição brasileira dela e fiz a primeira leitura em espanhol. Havia igualmente terminado a leitura da obra “Revolução Espírita” de autoria de Paulo Henrique de Figueiredo, a mais completa e extraordinária obra que já li no campo da pesquisa espírita. Ambas abordam temas pelos quais sempre tive o maior interesse.

 

De fato, em meus estudos de algumas décadas da Doutrina dos Espíritos, sempre com base nas obras de Allan Kardec, todas indistintamente, em especial as obras fundamentais e a Revista Espírita, o meu interesse não ficou preso tão somente ao aspecto doutrinário. Sempre tive igualmente um enorme interesse pelo estudo da história do movimento espírita desde o período de elaboração da ciência espírita e posterior, bem como igualmente o período da formação do movimento espírita em terras brasileiras. Desde cedo em meus estudos segui à risca a advertência do filósofo e escritor espírita J. Herculano Pires que nos orienta: “As obras de Kardec são a única fonte verdadeira do saber espírita. Quem não ler e estudar essas obras com humildade e vontade legítima de aprender, não conhece o Espiritismo.” (mais…)

O espírita, o espiritismo e os congressos

 

Nota-se uma grande diferença quando comparados o formato, os objetivos e os resultados dos congressos feitos nos diversos campos do saber e os que são realizados nos meios espíritas. Todos buscam o progresso, menos os espíritas, que pretendem apenas uma acanhada divulgação.

 

É preciso dar um basta nesse repetitivo, retrógrado e pernicioso modelo de congresso que se vê nos meios espíritas da atualidade. É preciso lutar contra essa mentalidade medíocre que se instalou e que determina que o progresso do espiritismo fique estacionado nas conquistas do passado, como se a doutrina estivesse completa em termos de conhecimento, resolvida enquanto formadora de consciências e alcançado a excelência do saber, como se depois dela nada mais houvesse. Temos que dissolver essa ideia de que tudo o que nos resta é aprender melhor o que está posto, como se o que está posto não possuísse ligação com o que veio ou virá da filosofia e da ciência.

Meus amigos de diversas áreas – do Direito, da Saúde, da Educação, dos Esportes, da Política e tantas mais – saem de seus habitats profissionais e viajam distâncias às vezes incomensuráveis, gastam significativas somas financeiras para aprender, adquirir novas técnicas e acompanhar o que há de mais expressivo e atual no mundo do conhecimento, enquanto os espíritas fazem tudo isso para simplesmente ver oradores famosos, ouvir palestras de temas repetitivos e confraternizar risonhamente nos intervalos festivos. (mais…)