Categoria: Comunicação-Cultura

CPDoc cede ao CCDPE-ECM arquivos de veículos de imprensa

Entrega de 55 coleções encadernadas foi feita no dia 19 de novembro último, na sede da instituição no bairro de Indianópolis em São Paulo.

Colecionados ao longo dos anos, um acervo que reúne exemplares de diversos jornais e revistas espíritas, vários deles já extintos, foram cedidos ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, instituição criada a partir de iniciativa do saudoso pesquisador Eduardo Carvalho Monteiro e que hoje leva o seu nome. São veículos da imprensa doutrinária não apenas do Brasil, como também de outros países.

A instituição fica localizada em São Paulo, no bairro de Indianópolis, em sede própria, sob a presidência de Julia Nezu, que é também ex-presidente da USE-SP, e vem realizando importante trabalho de conservação e organização de diversos acervos, o primeiro dos quais foi o de Eduardo Carvalho Monteiro, mas que conta na atualidade com outros mais, como o de Hermínio Miranda, cedido pela família do conhecido escritor (mais…)

Paideia e Fundação apresentam nova série de livros de Herculano Pires

 

 

São três volumes da nova Série NO LIMIAR DO AMANHÃ já colocados à venda na Fundação M. Virgínia e J. Herculano Pires: (1) Conversa sobre mediunidade + curas, obsessões e sonhos; (2) Conversa sobre a Bíblia + os evangelhos, o espiritismo; e (3) Conversa sobre Chico Xavier + parapsicologia, reencarnação e outros temas. O quarto volume — Um desafio no espaço, os editoriais – que completa a série, será publicado em breve.

 A produção literária do professor J. Herculano Pires, como se pode constatar, alcançou dimensões extraordinárias e o fato de a Fundação M. Virgínia e J. Herculano Pires  estar, desde sua criação, trabalhando sobre o material deixado por ele é uma prova inconteste dessa produção.

A série cuja publicação agora se faz resulta desse esforço de colocar nas mãos dos leitores mais um dos materiais que reputamos importantes e que vêm sendo pesquisados por anos. No Limiar do Amanhã é o título de um programa espírita levado pela antiga Rádio Mulher de São Paulo, aos sábados à noite, com reapresentação aos domingos pela manhã, cuja equipe era comandada por J. Herculano Pires, na primeira metade dos anos 1970. A emissora tinha seus estúdios à Rua Granja Julieta, 205, travessa da Avenida Santo Amaro, São Paulo, Capital e era de propriedade do conhecido homem de rádio e TV Roberto Montoro. O programa teve por slogan: “No Limiar do Amanhã: um desafio no espaço”. Sua primeira edição ocorreu em abril de 1971. (mais…)

ANGELI TORTEROLI em boa hora

RESENHA

Livro: A obra esquecida de Angeli Torteroli
Autor: Adair Ribeiro Jr.
Formato 16cm x 23cm, brochura, 732 págs.
Edição CCDPE-ECM, São Paulo-SP
Disponível, também, em ebook na Amazon

Qualquer incursão histórica que se faça ao século XIX, em especial à sua segunda metade, há de esbarrar na figura interessante e pouco falada de um espírita ativíssimo: Angeli Torteroli. Entre os estudiosos que se interessaram por ele, de forma quase pioneira, estão o Mauro Quintella, de Brasília, e o Eugênio Lara, de Santos, cujos trabalhos são sempre mencionados quando se trata de Torteroli e o espiritismo no Brasil.

Recentemente, com o lançamento da biografia de Bezerra de Menezes escriturada por Luciano Klein (clique para ler a resenha), fez-se um bom resgate mnemônico de Torteroli, revelando algumas facetas de sua personalidade, especialmente suas lutas por um espiritismo de viés científico e filosófico, além do seu grande esforço em prol do progresso do movimento espírita, tendo sido Torteroli um dos primeiros a trabalhar de forma prática a ideia de um movimento coletivo, unido, progressista, de atuação permanente. Junto com outros amigos da época, fundou o Centro da União Espírita do Brasil, a primeira instituição nacional de cunho federativo. (mais…)

Bezerra de Menezes – O homem, seu tempo e sua missão

RESENHA (I)

Autor: Luciano Klein
1ª edição MEBEM / FEEC, Fortaleza, Ceará, 2021 
(disponível a partir de fevereiro de 2022)
Formato 16x23cm, 1.192 páginas, capa a cores, miolo p/b
Prefácio: Samuel Magalhães
Participação: Divaldo Pereira Franco (médium)
Vianna de Carvalho (espírito)

Há muito se comentava a escritura da biografia do, por certo, mais conhecido espírita brasileiro de todos os tempos, Bezerra de Menezes. Poucos meses atrás, ainda em 2021, duas ou três lives promovidas com o autor davam conta da proximidade do lançamento do livro, o que ocorreria ainda a tempo de incluí-lo entre as homenagens aos 190 anos de nascimento do biografado, a serem feitas em agosto de 2021, o que acabou não ocorrendo, mas ajudou a colocar na pauta das discussões e análises o personagem e a própria biografia. Assim como um teaser publicitário, a expectativa sobre o livro foi ampliada enormemente.

Contribuiu para aumentar essa expectativa alguns pontos que entraram espontaneamente no debate durante as lives, ou antes delas, entre os quais, por exemplo, a questão dos poderes discricionários dados a Bezerra de Menezes quando de sua ascensão ao cargo de presidente da FEB em 1895, bem assim as opiniões de que o conceituado político seria o verdadeiro continuador da obra de Allan Kardec. Esta última questão abria outra expectativa, a de que a esperada biografia abordasse e analisasse o assunto.

Pois bem, o livro em sua versão física saiu e está à venda no site da Amazon ao valor de 175 reais, frete incluso. Não há notícia da versão e-book. Trata-se, de fato, de um valor que dificulta em muito o acesso de grande parte dos leitores, mas não pode ser visto como fora de propósito, porquanto, se levado em consideração o volume de páginas, cada uma delas tem o custo de pouco mais catorze centavos, o que coloca o livro na média do valor dos livros espíritas. Considere-se, ainda, o primor com que a edição é apresentada, com capa dura a cores, excelente diagramação e impressão de qualidade. (mais…)

Grãos escolhidos na peneira do tempo


CONVERSANDO SOBRE EDER FAVARO


Ao invisível cabe o condão de desafiar o indivíduo com certa permanência, como ocorre quando alguém muito próximo dentre os próximos parte. Mesmo que haja anunciado com antecedência a possibilidade dessa partida, o momento em que a morte ocorre surge como águas precipitadas na cachoeira da vida.

Eder Favaro ao centro, Marcus Vinicius Ferraz Pacheco à esquerda e Wilson Longubuco à direita. Essa foi a primeira diretoria da ABRADE, sucessora da ABRAJEE, com Eder vice-presidente.

Viajávamos de automóvel para Bauru com o Eder Favaro e eu sentados no banco de trás e o Saulo Wilson dirigindo. Uma viagem de algumas horas desde São Paulo, mas que transcorria plenamente agradável, em especial pela contagiante capacidade de divertir do Eder e suas histórias, tendo por fundo o movimento espírita brasileiro, quase sempre. Fatos, personagens e situações inusitadas formavam o cenário das narrativas feitas com gosto e muito riso.

Conheci o Eder Favaro em 1972 no salão Bezerra de Menezes do antigo prédio da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) da rua Maria Paula, na capital paulista. Deveria ele apresentar algumas aulas de caráter histórico sobre a vida de Jesus e eu, aluno, o observava com muita curiosidade. Falava sentado e utilizava-se de um vigor fonético pouco visto, de uma seriedade inquestionável, mas também introduzia alguns fatos pitorescos na narrativa sempre muito clara, o que descontraía o ambiente e fazia rir a muitos. Eder foi, talvez, o primeiro orador espírita, dos que assisti até então, a me despertar para o uso de bibliografia fora dos livros espíritas. Marcou-me muito aquela tarde de sábado. Eu tinha apenas 23 anos incompletos e ele já quase 42. Eu iniciante na doutrina e ele a meio caminho da vida, pouco menos. (mais…)

Dois caminhos de Hécate. E o terceiro?

A discussão cansa alguns, demanda outros e é desconsiderada pelos que já estão consolidados em suas crenças. No entanto, prossegue para além das palavras ou por causa delas. Sentimentos, emoções, racionalidade; há muita coisa em jogo.

A discussão sobre ser ou não o espiritismo religião é ineficaz ou dispensável? Kardec não pensou assim ao ser solicitado a entrar nela logo que a então novel doutrina que ofereceu ao mundo despertou atenção. Não foi ele que tomou a iniciativa de esclarecer sua posição; foram os reclamos e as tendências que o levaram à arena dos debates, pouco importa, neste particular, o contexto positivista da época e as repercussões profundas da secularização. A verdade é que a discussão perdura até nossos até nossos dias com semelhantes consequências e muitas outras de caráter científico, filosófico etc.: não foi e não será concluída, por não ser este o seu objetivo primordial.

E qual é este objetivo? Manter acesa a chama da busca pela verdade.

Seria ingênuo, como ingênuos são os argumentos que se valem da alegação de desnecessidade da discussão ou de que ela gera apenas perda de tempo, para se oporem àqueles que se mantêm na arena do debate. Afinal, não se está numa disputa da qual sairá um vencedor e um perdedor. A verdade não pertence a ninguém e (mais…)

O pensamento hegemônico que ata, enlaça e agrada. E o consolo que submete

A concertação de uma Religião Espírita atende a conveniências humanas, assim como a refutação da existência dessa mesma Religião Espírita. Ambos os que se debatem nesse meio discursivo pró e contra se apoiam em Allan Kardec, mas há uma diferença fundamental a favor daqueles que combatem a ideia da Religião Espírita, ou seja, estes contam com afirmação peremptória, pública e verbal de Kardec, que deixou patente em todas as ocasiões a que se referiu ao assunto que não havia espaço para uma afirmação de que o espiritismo é religião. Mesmo quando, em seu famoso discurso de 1868, constante da Revista Espírita, ele toma de volta o assunto, o faz na direção de uma reafirmação da não religião, ao abrir portas para uma possível religião da fraternidade se este fosse o entendimento e desejo. Ainda aí, pois, o sentido ou significado de religião constituída e organizada estava sendo repelido, da mesma maneira que o foi quando, em documento republicado já no século XX, dando a entender que buscava criar a religião da solidariedade, Kardec põem pá de cal na questão ao reafirmar que sua opinião sobre a questão se mantinha inalterada. (mais…)

Conselho da FEB aprova a alienação dos imóveis do Museu Espírita de São Paulo

Assembleia virtual desta 2ª feira, 15 de novembro, com apenas um voto contrário dentre os quase 60 votantes (alguns por procuração) decidiu pela aprovação da venda dos prédios. Perri, com apoio do CCDPE, tentou evitar a decisão, mas foi ignorado.

O prédio principal do Museu, fechado há alguns anos, está no coração do conhecido bairro paulistano da Lapa.

A situação estava decidida antes da assembleia ser instalada: os atuais dirigentes da FEB se haviam determinado a vender alguns imóveis recebidos em doação pela entidade a fim de fazer frente à sua situação econômico-financeira e a assembleia convocada para deliberar sobre o assunto foi mera formalidade. Prova disso é que o Edital de convocação, para cumprir a lei, trazia apenas a informação geral de discussão e aprovação de alienação de alguns imóveis, sem especificá-los. A indicação desses imóveis só foi veiculada dois ou três dias antes, com um adendo ao edital, quando se tomou conhecimento de que os prédios doados, junto com o acervo, pelo Museu Espírita de São Paulo eram os mais destacados entre eles.

Durante a assembleia tomou-se conhecimento, também, de que já há tratativas ou perspectiva de negociação dos imóveis com uma construtora interessada em levantar no local (mais…)

FEB decide nesta segunda-feira em assembleia a venda da sede do Museu Espírita

Recebido em doação do fundador, museu que a FEB deveria preservar como patrimônio do espiritismo poderá ter uma de suas partes importantes transformadas em moeda, perdendo, assim sua principal destinação.

Acima, a recepção do Museu. À direita, um dos ambientes dedicados a Allan Kardec. (Ver correção ao final da notícia.)

 

A notícia é verdadeira: a Federação Espírita Brasileira, FEB, discutirá nesta segunda-feira, dia 15 de novembro de 2021, a venda (alienação) de alguns de seus prédios, entre eles a sede do Museu Espírita na Capital paulista. A assembleia convocada em caráter extraordinário será realizada no modo virtual e tem o propósito de autorização de venda de parte do patrimônio físico da centenária instituição.

A notícia foi dada em primeira mão pelo ex-presidente da FEB, Antonio Cesar Perri de Carvalho e foi confirmada por documento veiculado entre os membros do Conselho, (mais…)

Em live, autor do livro Nem céu nem inferno esclarece sobre pontos controversos das polêmicas adulterações

Paulo H. Figueiredo diz o que pensa sobre as modificações introduzidas nos livros A gênese e O céu e o inferno, ambos de Allan Kardec, em encontro realizado virtualmente pelo canal da Abrade no dia 19 de outubro. Vale conferir.

É preciso mais do que contextualizar o espiritismo, afirma Paulo. Clique para assistir.

É preciso contextualizar Kardec, mas não basta essa contextualização para compreendê-lo. É preciso conhecer o pensamento da época e conectar esse pensamento com a atuação de Kardec. Essas e outras colocações puderam ser discutidas na entrevista ao vivo dada pelo autor do livro Nem céu nem inferno (e outros) à equipe da Abrade, tendo Marcelo Firmino na coordenação acompanhado por Luis Lira e Ivan Franzolim.

Em mais de duas horas de bate-papo, com alguns momentos intensos, Paulo H. Figueiredo tocou em pontos cruciais para o entendimento das questões que chamam a atenção do debate sobre as adulterações. (mais…)