Alguns médiuns se traem muito cedo, outros levam mais tempo. Poucos resistem até o fim

 

A pergunta é: por que certas pessoas fazem afirmações tão estranhas e contraditórias como essa ao lado publicada recentemente no Facebook? O que pretendem com isso? Qual é o grau de comprometimento efetivo delas para com o espiritismo? Trata-se de um deslize momentâneo ou de uma terrível necessidade de se mostrar livre e independente, instruído e capaz de promover mudanças numa doutrina tão extraordinária como a espírita?

Não, ninguém está amordaçado nem impedido de expressar suas opiniões sobre a doutrina, sejam quais sejam. Absolutamente. Faça-o, porém, com seriedade e demonstre por a+b onde e quando a doutrina está equivocada, envelhecida, ultrapassada. Depois, assine embaixo e coloque-se no campo dos conflitos, onde o contraditório necessariamente surgirá.

Não jogue com o espiritismo, não seja uma criança diante do desconhecido, não queira parecer moderninho, nem ser mais do que é, respeite a inteligência das pessoas. Acusar a doutrina de chata e velha é reação da mais absoluta infantilidade de alguém que anda à caça de sucesso barato. Só isso para compreender um ato tão leviano.

Creiam, a publicação não foi feita por alguém desconhecido, anônimo, descomprometido, mas por um indivíduo que assina livros ditos mediúnicos e que não muito tempo atrás lançou uma obra com pretensões de renovação do movimento espírita brasileiro (clique aqui para ler minha análise), ou seja, alguém que se propunha a capitanear uma aparentemente grande e profunda mudança estrutural e conceitual.

Parece que aquela insensatez foi substituída por outra, a de estimular e quem sabe fazer com as próprias mãos a substituição na doutrina do velho pelo novo, do chato pelo agradável e, com toda a certeza, do bom senso pela não-razão, do que é sábio pelo que é medíocre.

Entendo que é compreensível o médium cansar-se em algum momento de ser visto apenas como alguém que reproduz o pensamento alheio; entendo que de repente ele sinta necessidade de mostrar que é capaz de produzir, também, por si mesmo. Nossa época está repleta de médiuns que assinam sozinhos produções intelectuais,­­ que escrevem em colunas de jornais e que aparecem despidos parte do tempo da condição de médium ostensivo. Entendo.

Mas os excessos, a ousadia, a pretensão por coisas que estão acima de suas capacidades, essas não se pode aceitar nem deixar passar como se nada ocorresse, porque o que está em jogo é a vida física, psicológica e espiritual de milhões de indivíduos que se valem e se valeram da renovadora e extraordinária filosofia espírita para vencer suas duras batalhas no planeta, ajudando a construir um futuro melhor para todos.

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