Mês: julho 2018

Espiritas autopromocionais

O simbolismo da mão esquerda não é suficiente para coibir o personalismo e a vaidade, que acabam prevalecendo sobre o conhecimento espírita.

Atualmente, estamos vendo nas redes sociais, nos e-mails e nos diversos blogs individuais uma febre de lideranças espíritas, consagradas ou não, consideráveis ou inexpressivas, realizando verdadeiras proezas autopromocionais, ou seja, a título de difundirem a doutrina, mais não fazem do que promoverem a si mesmos. Buscam o sucesso dos quinze minutos ou a fama forçada na insistência das notícias de pouco valor.

Não se ponha a culpa na rede digital. Antes mesmo dela existir, esse tipo de espirita vaidoso já existia. Nos tempos atuais, porém, com as facilidades que a rede mundial oferece e a quase irresistível atração que exerce, o número deles cresceu assustadora e desavergonhadamente.

 Dizem alguns que é preciso divulgar a doutrina e que os eventos são parte dessa obrigação auto assumida, mas isso não passa de subterfugio para exporem a suas personalidades e darem asas a desejos egoísticos sem nenhum pudor. O que fazem de fato é autopromoção. A doutrina vem apenas em subtítulos ou resumos e os títulos das supostas notícias de que se valem escondem aquilo que acaba por surgir logo em seguida – seus nomes acompanhados de fotos muitas vezes fartas em que aparecem no púlpito ou rodeados de pessoas sorridentes.

São espiritas disfarçados de jornalistas e repórteres, cujo objetivo é se mostrarem na condição de obreiros humildes e empenhados em tornar o alcance da doutrina maior perante a sociedade. Fingem estar fornecendo apenas notícias, para o que são maus jornalistas e pior repórteres. Seus textos sequer cumprem os princípios do lead para que a informação seja completa. À falta de alguém que possa fazer a cobertura jornalística dos eventos que patrocinam ou para os quais são convidados ou se auto convidam, eles mesmos assumem essa tarefa, e o fazem com extremo apego à atualidade dos fatos criados. (mais…)