Dei “ordens” para minha mulher, sob o testemunho de minha filha, de 13 anos. Quis deixar as coisas claras, sem discussão, pois o diálogo nesse caso teria um desfecho desfavorável: duas contra um. Diálogo é fundamental, mas peraí…

Ela quis saber, imediatamente, a razão “fundamental” das minhas determinações.

Simples, disse-lhe: desde quando conheci o espiritismo que o tema da morte me ronda a vida. Rondava antes, mas eu não ligava. Atenção, mesmo, só depois do espiritismo.

Fui colecionando experiências, teorias, informações.

Primeiro, foi o choque do Livro dos Espíritos. Sim, choque! Forte, cento e vinte volts, sei lá. Funcionou, despertei. Mas era só o começo. Tinha muita coisa pela frente.

Tomei conhecimento de que morte e vida fazem parte de uma única realidade: a vida. Ou seja, morreremos, mas não perderemos a vida. A morte virá, mas a vida vencerá. Flutuaremos, despertaremos, seremos.

Até aí, tudo bem. Pensava em luto, tristeza, perda, separação, tudo aquilo que acontece com quem fica depois da partida de alguém. E ainda tinha os negativistas, os niilistas, os céticos, a me infernizarem com suas ladainhas do fim e do nada.

Eu teria tempo, precisaria de tempo para superar a ideia do luto, já que seria preciso fazer uma mudança cultural inevitável, pois ninguém de bom-senso vai negar que um dos maiores problemas nossos com os preconceitos e os falsos conceitos tem origem cultural, resultado da consciência sociológica que desenvolvemos. Eu disse consciência. (mais…)