Ano: 2017

O que tem a ver entre si estes três personagens da história brasileira?

ARNALDO VIEIRA DE CARVALHO, HORÁCIO DE CARVALHO E CAIRBAR SCHUTEL

 Nada os ligaria, em princípio, não fosse um detalhe: Arnaldo Vieira de Carvalho teria dado duas mensagens dias após sua desencarnação e foram ambas recebidas no círculo mediúnico de Cairbar Schutel, em Matão. E Horácio de Carvalho era amigo de Arnaldo, conhecia Cairbar e estudava o hipnotismo e o espiritismo. Isso tudo os uniu numa apreciação crítica das mensagens atribuídas a Arnaldo que o Horácio fez e encaminhou, em formato de livro, a Cairbar Schutel. Quase 100 anos depois podemos retomar o fato como uma parte importante da história do espiritismo no Brasil.

À esquerda em preto e branco a capa e à direita a cores a página de rosto. Um livro singular datado de 1920 e todo feito a mão.

 ESPIRITISMO. Análise de duas mensagens atribuídas a Arnaldo Vieira de Carvalho – livro de exemplar único, em escrita manual, datado de 1920, de autoria de Horácio de Carvalho, dedicado a Cairbar Schutel com a seguinte mensagem: “Ao prezado amigo e ilustre jornalista espírita, homenagem de Horácio de Carvalho”. Contém a análise, feita por Horácio, de duas mensagens recebidas mediunicamente no grupo de Cairbar Schutel em Matão, assinadas por Arnaldo Vieira de Carvalho, a primeira delas dois dias após a desencarnação do conhecido médico em São Paulo, e a segunda sete dias após. (mais…)

A polêmica pureza doutrinária – um viés

A Dora Incontri me provoca questionando se não quero entrar na polêmica da pureza doutrinária, um fenômeno tão antigo quanto o trabalho de Kardec, basta ver as edições da Revista Espírita ainda ao tempo da direção do codificador. Mas tem ela passado ao longo do tempo por mudanças pontuais devido, especialmente, à cultura predominante em cada época, pois, como se sabe, o fenômeno cultural sofre um processo contínuo de mudanças, como é de sua natureza, e muda mais acentuadamente ao passo que as tecnologias e o conhecimento se modificam. Na era digital em que vivemos, as mudanças correm frenéticas, e com elas o modo como o pensamento se comporta. (mais…)

Tendência histórica da FEB de deturpação de livros produz novas vítimas

É de estarrecer. Federação Espírita Brasileira é denunciada agora por deturpar obras psicografadas por Chico Xavier e Waldo Vieira.

Alguém disse alhures que a tradução de Guillon Ribeiro, ex-presidente da FEB, para as obras de Roustaing é melhor do que o original. Ironia ou não, já as referidas obras sofreram acusações de mudanças e supressões por conta dos editores febianos. É dessa maneira que, historicamente, a instituição que dirige o movimento espírita brasileiro dito oficial é acusada por ações semelhantes, fato também ocorrido em outras ocasiões, como no caso do livro famoso Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho, no qual as deturpações se deram por conta da introdução de partes favoráveis a Roustaing, em especial. Coincidentemente, os originais da psicografia de Chico Xavier do referido livro jamais vieram a público, apesar de insistentemente solicitado por diversos críticos. (mais…)

A história em pequenos textos

A presente publicação constitui a penúltima etapa de um projeto de divulgação do material que colecionei – livros, revistas e opúsculos, bem como documentos importantes da história do espiritismo – visando disponibilizá-los aos pesquisadores, estudiosos e até mesmo aos curiosos dos fatos espíritas. Apresento 35 opúsculos publicados durante o século XX, alguns bem no começo desse século – escritos na maioria por espíritas de considerável expressão do pensamento doutrinário ou que se tornaram líderes locais e nacionais. Entre eles estão Deolindo Amorim, Leopoldo Machado, Cairbar Schutel, Edgard Armond e  Jaci Regis. Alguns dos opúsculos estão disponíveis na Internet e para tanto ofereço o link para leitura e download; boa parte, contudo, não está com seu conteúdo à mão ou são desconhecidos de grande parte do público, de modo que para os ler os interessados deverão aguardar a respectiva digitalização. A próxima etapa – a última – vai disponibilizar inúmeras obras espíritas hoje fora de catálogo e em grande parte desconhecidas da maioria. Clique para ler

A Verdade é a Luz

A segunda época da revista Verdade e Luz, hoje praticamente esquecida, ajuda a recuperar parte importante da história do Espiritismo e a corrigir enganos cometidos na biografia do extraordinário espírita conhecido por Batuíra.

O jornal Verdade e Luz, fundado em São Paulo no final do século XIX pelo português Antonio Gonçalves da Silva, apelidado de Batuíra, teve uma vida e uma história considerável, dividida em duas partes: a primeira época, em que a publicação começou como jornal e quase ao final desse período transformou-se em revista, e a segunda época, quando retornou à circulação após um período de interrupção, como revista de boa qualidade. É desta segunda época que vamos falar, uma vez que ela se encontra esquecida e não conta com registros capazes de serem compulsados pelos pesquisadores e historiadores.

Tenho em mãos 36 exemplares da revista Verdade e Luz, segunda época, correspondendo aos anos 1922, quando foi retomada depois de quatro anos sem circular, até 1926. Tudo indica que saiu do cenário ao final de 1926 e não mais retornou. Seu diretor, Pedro Lameira de Andrade, após esse ano, seguiu como presidente da Instituição Verdade e Luz até a data de sua desencarnação, ocorrida em 1937. Leia mais

A Metapsíquica de Canuto de Abreu

No período de maio de 1936 a janeiro de 1937 (datas estimadas, carecendo de comprovação definitiva) a Sociedade Metapsíquica de São Paulo publicou uma revista no formato 16 x 23 cm, em preto e branco tanto na capa como no miolo. A direção esteve a cargo do membro da Sociedade, Canuto de Abreu, hoje reconhecido por seus livros, pesquisas e, especialmente, pela posse de documentos valiosos sobre Allan Kardec obtidos diretamente na França pouco antes da eclosão da segunda guerra mundial, em Paris. Canuto era advogado e médico homeopata, além de formado em Farmácia.

Possuo quatro dos cinco números dessa revista, menos o exemplar de número 1. A publicação saía bimestralmente com material assinado por articulistas reconhecidos e foi nesta revista que Canuto de Abreu deu início a série de artigos sobre Bezerra de Menezes, que depois foi reunida em livro. Além de dirigir e escrever, Canuto de Abreu (mais…)

Sinapses, neurônios e arquivos da memória espírita

Ao comentar uma das funções das imagens, Jacques Aumont informa que elas provocam a abertura de arquivos da memória, fato que permite o seu reconhecimento através da identificação dos elementos que as imagens contêm pela comparação entre o que está registrado na memória e o que é apresentado pelas imagens. Trata-se de um fenômeno simples e ao mesmo tempo extraordinário porque complexo, que se realiza ao contato do observador com o objeto na rapidez com que os sentidos conduzem silenciosamente ao cérebro os estímulos, provocando a abertura dos arquivos da memória e devolvendo imediatamente à consciência os registros ali presentes, que permitem ao indivíduo realizar a identificação e o reconhecimento, não dos significados da imagem, mas dos seus elementos constituintes. (mais…)

Notas para notar

A semana começa com alguns destaques sobre os quais vale a pena refletir: 1) os jovens britânicos que não querem ter filhos e buscam o caminho da esterilização; 2) os brasileiros com doenças raras que, desenganados, enganaram a morte; 3) e a pesquisa tida como condenatória dos refrigerantes diet, mas que não é conclusiva.

Não aos filhos

Esterilização, esse é o caminho que tem sido escolhido por jovens britânicos que não desejam ter filhos. As razões são diversas vão desde a liberdade para atuar sexualmente sem preocupações até a existência de doenças hereditárias, cujos portadores não desejam passar adiante. (mais…)

Uma obra social digna

Aqui em Recife, várias obras sociais criadas e dirigidas por espíritas são realmente dignas de admiração. Tenho particular afeição pelo Lar Paulo de Tarso, localizado no Bairro do Ipsep. É uma casa simples com capacidade de abrigar até 15 crianças, que ali chegam por meio de um convênio com o Juizado da Infância e Juventude. A direção e manutenção do Lar tem na sua liderança o casal Glauce e Gezsler, dois amigos do coração, incansáveis, dedicados e afetuosos.

O Lar é uma casa de passagem, onde crianças em situação de risco são abrigadas e preparadas para o retorno ao lar de origem ou são entregues para adoção, razão pela qual não permanecem longos períodos no local, a não ser em situações excepcionais. O trabalho de preparação dessas crianças movimenta uma rede considerável de pessoas e profissionais e possui como fundamento de orientação o alicerce da doutrina espírita.

Para os interessados em conhecer melhor o trabalho dessa digna instituição de caráter assistencial, aqui vai o link da apostila recém-publicada, intitulada “Lar Paulo de Tarso, um oásis de esperança”